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    Análise do perfil de uso de transporte sob demanda por aplicativo (ride-sourcing) na cidade de São Paulo

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    O ride-sourcing (serviço de viagens sob demanda por aplicativo) já exerce um importante papel no transporte urbano, e dado o pouco tempo da ascensão deste serviço no Brasil, ainda existem poucos estudos acerca dos seus impactos. Este artigo busca caracterizar o perfil de uso do ridesourcing, a distribuição espacial das residências dos usuários e estimar modelos ordenados de escolha discreta para determinar o perfil dos usuários frequentes. Resultados descritivos mostram que a maioria das viagens é feita a lazer e que economia de tempo e de dinheiro são os principais motivos para seu uso, enquanto os modos mais substituídos são táxi, transporte coletivo e carro, respectivamente. Análises espaciais mostram que a frequência de uso não está diretamente relacionada à proximidade das residências dos usuários de linhas estruturantes de transporte coletivo, enquanto o modelo logit ordenado apontou que o perfil de usuário frequente é mulher, jovem e de renda familiar elevada. Os resultados ajudam a entender os padrões de uso e podem embasar o desenvolvimento de regulamentações que promovam a integração da nova mobilidade com o sistema de transporte atual das cidades

    Aplicativos de transporte e equidade no transporte urbano : estudo de caso em Porto Alegre

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    Os aplicativos de transporte foram responsáveis por significativas mudanças no padrão de deslocamento da população e na dinâmica da mobilidade urbana dos grandes centros urbanos na última década. Embora levantassem preocupações iniciais quanto a impactos negativos na mobilidade, a ampla oferta de veículos e a abrangência do serviço poderiam gerar um ganho na acessibilidade urbana de grupos residentes em regiões mal servidas pelo transporte tradicional, causando assim um aumento na equidade no transporte urbano. Contudo, o preço das viagens, alto e muitas vezes incerto, pode limitar este aumento. Enquanto os estudos a respeito de aplicativos geralmente buscam entender o seu impacto sobre o trânsito, relações com a equidade foram pouco exploradas. Por outro lado, a literatura de acessibilidade pouco incorporou os aplicativos em suas análises, e não costuma considerar o custo monetário das viagens como um componente. A fim de preencher estas lacunas, o estudo tem como objetivo identificar como os aplicativos impactam a equidade no transporte urbano através da medição do seu impacto sobre a acessibilidade às principais oportunidades de trabalho, educação, saúde, lazer e compras em Porto Alegre. A proposta é avaliar tanto o aumento potencial na acessibilidade oferecido pela simples presença e alcance do serviço, através do indicador de oportunidades cumulativas, quanto a variação da acessibilidade que considera a capacidade concreta de pagamento da população, através de um indicador de “acessibilidade baseada em tempo e custo”. A aplicação dos índices de desigualdade de Gini e Palma sobre as distribuições de acessibilidade baseada em tempo e acessibilidade baseada em tempo e custo provida pelos aplicativos e a comparação com outros meios de transporte permite avaliar o quanto os aplicativos contribuem para a equidade na mobilidade urbana. Os resultados apontam que os aplicativos promovem um aumento esperado na acessibilidade baseada em tempo de toda a cidade, porém, para as viagens mais frequentes (trabalho e estudo), aumentam a desigualdade, pois somente a população de alta renda consegue arcar com os preços. Os aplicativos são uma alternativa viável para deslocamentos de caráter eventual, mesmo para a população de baixa renda e periférica, ao trazer uma acessibilidade baseada em tempo e custo mais igualitária do que os demais modos. Assim, conclui-se que este serviço não promove um aumento equilibrado da acessibilidade urbana, gerando um impacto negativo na desigualdade. O trabalho contribui para o planejamento urbano ao analisar os resultados do ingresso dos aplicativos sob o ponto de vista da justiça e da equidade, lançando luz sobre um aspecto até então não abordado do problema.Transportation apps (ride-sourcing) were responsible for significant changes in the mobility patterns of the population and in the dynamics of transport in major cities in the last decade. Although they raised initial concerns regarding negative impacts on urban mobility, the wide offer of vehicles and coverage of the service could generate a gain in urban accessibility for groups that live in regions poorly served by traditional transport, thus causing an increase in equity in urban transport. However, the costly - and often uncertain - price of the service may limit this increase. While studies on ride-sourcing generally seek to understand their impact on traffic, its relations with equity have been little explored. On the other hand, the accessibility literature has barely incorporated the apps in its analysis, and not always considers monetary costs of travel as a central component. In order to fill these gaps, this study seeks to identify how ride-sourcing impact equity in urban transport by measuring its impact on accessibility to the main opportunities related to work, education, health, leisure, and shopping in the city of Porto Alegre, Brazil. The proposal is to evaluate both the potential increase in accessibility offered by the simple presence and range of the service, through the a cumulative opportunities indicator, and the variation in accessibility that considers the population’s concrete ability to pay for the service, through a “time and cost based accessibility” indicator. The application of Gini and Palma inequality indexes on the time-based and time and cost-based accessibility distributions provided by ride-sourcing and the comparison with other transportation modes allows us to assess how much ride-sourcing contribute to equity in urban mobility. Results show that apps provide an expected increase in the potential accessibility of the entire city, however, for more frequent trips (work and study), they increase inequality, as only high-income population can afford the prices of the service. Although, apps are a viable alternative for occasional travel, even for the low-income and peripheric population, as they bring more equal time and cost-based accessibility indexes than other modes. Thus, we conclude that transportation apps do not promote a balanced increase in urban accessibility, overall generating a negative impact on inequality. The work contributes to urban planning by analyzing the impact of the entry of ride-sourcing from an equity and justice point of view, shedding a light on a previously not addressed aspect of the problem
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